As atuais tendências dietéticas, combinadas com o crescimento populacional projetado para cerca de 10 bilhões até 2050, exacerbará os riscos para as pessoas e o planeta. Prevê-se que a carga global de doenças não transmissíveis se agrave e que os efeitos da produção de alimentos nas emissões de gases de efeito estufa, poluição de nitrogênio e fósforo, perda de biodiversidade e uso da água e da terra reduzam a estabilidade do sistema terrestre
Outro dia falei sobre não usar sua prática de yoga e meditação como um remédio. Ou seja, não as veja como uma solução a ser tomada e que fará parar as dores que sente – assim como um remédio.
E sempre falo sobre a natureza. De diversas formas e ponto de vista. Como parte de tratamento, cura, descoberta, lições, aprendizados, etc.
Hoje eu trago dados de uma grande pesquisa científica, publicada recentemente no reputado jornal médico Lancet, que explica a bola de neve que se tornou a questão alimentação e meio ambiente.
Seremos 10 bilhões no planeta até 2050 e doenças não transmissíveis como doenças do coração, obesidade, câncer, hipertensão, diabetes, entre outras, aumentarão. E o que isso tem haver com o meio ambiente?
Bem, seremos 10 bilhões!! Como produziremos tanta comida?
O que já acontece é a produção gigantesca de alimentos. Porém, esse sistema, essa “fábrica” de comida não é sustentável, e não é sustentável “somente” porque destrói o meio ambiente e a natureza, mas não é sustentável por conta da qualidade dos alimentos produzidos dessa forma industrial que destrói também as pessoas que os consomem.
A forma como os alimentos são produzidos, com agrotóxicos, transgênicos, a qualidade inferior do solo (por sua exploração) e etc., faz com que apesar dos alimentos parecerem bonitos, e terem um sabor gostoso, eles pouco nos nutrem de verdade.
(…) a desnutrição em larga escala ainda existe junto com o aumento da prevalência de sobrepeso, obesidade e doenças não transmissíveis. A baixa qualidade da dieta contribui para a desnutrição, sobrepeso e obesidade, e tem causado deficiências persistentes de micronutrientes.
É incrível pensar que o que poderia ser uma solução para a fome no planeta, se tornou um problema ainda maior pois o que é produzido não soluciona a fome, e ainda cria outros grandes problemas que envolve a subnutrição… comer demais, e comer mal!
Os números:
Globalmente, mais de 820 milhões de pessoas permanecem desnutridas, 151 milhões de crianças estão raquíticas, 51 milhões de crianças estão atrofiadas e mais de 2 bilhões de pessoas estão deficientes em micronutrientes. Concomitantemente, a prevalência de doenças associadas a dietas pouco calóricas e insalubres está aumentando, com 2,1 bilhões de adultos com sobrepeso ou obesos e a prevalência global de diabetes quase dobrando nos últimos 30 anos.
Esse estudo apresenta a realidade atual que vivemos e que precisamos mudar, e traz também soluções sobre como devemos iniciar essa mudança.
O sistema alimentar global precisa ser transformado para reduzir seu efeito sobre a saúde humana e a estabilidade ambiental e começar a reverter as tendências atuais. No entanto, essa transformação não será alcançada sem que as pessoas mudem sua visão e se envolvam com os sistemas alimentares. Essa mudança de pensamento deve reconhecer a ligação inextricável entre a saúde humana e a sustentabilidade ambiental e integrar essas preocupações separadas em uma agenda global comum para alcançar dietas saudáveis a partir de sistemas alimentares sustentáveis.
Obviamente, esses apontamentos e dados tratam uma escala bem larga. Porém, nada impede que comecemos cada um fazendo o que é possível na sua vida pessoal, na sua casa, buscando se informar, mudar aos poucos, colocar a sua saúde em primeiro lugar de forma séria e madura.
A cada pequena escolha conseguimos sim fazer diferença. Não é necessário pensar de forma megalomaníaca e achar que você precisa mudar sua vida da água para o vinho. Comece aos poucos, mas comece.
Como?
Buscando informação, evitando industrializados, dar preferências aos orgânicos sempre que possível, evitar consumir produtos embalados, não consumir apenas por prazer, mas consumir de forma responsável e madura, entre outras soluções simples.
Nós precisamos da natureza e a prova científica é esse estudo. Não há saúde sem meio ambiente saudável. Não há felicidade!
Vamos cada um fazer a nossa parte como podemos?
Para acessar o estudo é só clicar nesse link (em inglês apenas)
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