Quem já participou de alguma aula de yoga comigo sabe o quanto eu conecto essas duas práticas, o yoga e o ayurveda.
Apesar de eu já ter escrito um post sobre o que é o ayurveda, ainda estou devendo um bom post sobre “o que é yoga” – em breve!
Fazendo um pequeno resumo sobre as duas ciências anciãs:
Ayurveda literalmente significa ciência da vida. É a prática para buscar uma saúde plena de acordo com as filosofias antigas da Índia. Com isso, é uma forma de medicina (palavra de origem latina que significa a arte de curar) e por ser pré antiguidade grega, a sua base não é fundada em racionalismo. O conhecimento ayurvédico pode ser caracterizado como holístico, que de acordo com o site significados, é aquilo que “procura compreender os fenômenos na sua totalidade e globalidade”.
Yoga literalmente significa união. E é um assunto muito extenso, de longa história, ramificações, com diversos significados, objetivos, e bases filosóficas. Tanto que já até podemos falar sobre a classificação “yoga moderno”, tamanha as transformações. Dessa forma é esse yoga moderno que encontramos em estúdios, escutamos discussões filosóficas em grupos de estudo, participamos de palestras, e conectamos com a medicina e psicologia modernas para o alívio de diversas condições físicas e mentais.
Esse yoga moderno traz saúde, basicamente, como qualquer outra atividade que trabalhe corpo e mente. É mais uma questão de que tipo de exercício físico a pessoa se identifica, algumas preferem musculação, outras preferem correr, outras pilates e outras yoga.
O yoga fundado nas raízes do hatha yoga, que tem origem Tântrica e não Védica e portanto não tem ligação alguma com o yoga de Patanjali (texto comumente usado por grupos de yoga moderno) tem uma abordagem ampla, holística, em que busca primeiro o equilíbrio e saúde do corpo através das posturas para então trabalhar a mente, como é colocado na obra mais recente do hatha yoga, o Hatha Yoga Pradipika.
Outra característica do hatha yoga “raiz” é que ele é passado de mestre para discípulo em uma linhagem que não foi quebrada e é passada principalmente de forma oral, encontros, aulas e transmissões. É dessa forma que aluno aprende a usar as posturas unindo-as com a sabedoria da ciência da vida, do ayurveda.
Essas práticas se complementam por exemplo, quando buscamos o equilíbrio dos 5 elementos através das posturas, ou quando usamos das qualidades (gunas, para quem está mais familiarizado com os termos do ayurveda), para verificar as sensações do corpo, como forma de se perceber, se ouvir e entender além de usar a percepção das sensações como técnica de “aterramento” (grounding), trazendo a pessoa para o momento presente.
Um outro exemplo é que vemos as invertidas (que podem ser extremamente simples e que todos, absolutamente todos, conseguem fazer) como o processo de “aliviar” apana vayu (vayu significa vento, e é um dos 5 elementos) que é uma das 5 formas de prana (energia vital, força de vida) que temos circulando no nosso corpo. Apana vayu é o prana responsável pelo envelhecimento, e por coordenar tudo o que “sai por baixo”, urina, fezes, menstruação, bebês. Quando o elemento vento está em desequilíbrio podemos enfrentar constipação, medo ou ansiedade, a pele pode ficar muito seca, e podemos nos sentir perdidos também. No hatha yoga tradicional nós trabalhamos as posturas sempre de forma a harmonizar esses elementos.
Obviamente, existe uma gama enorme de diversos aspectos a serem trabalhados nesse yoga que chamamos também de Trika Mahasiddha Yoga mas deixarei os detalhes para o próximo post sobre “o que é yoga” 😉
Caso você tenha se interessado e quer saber mais você pode deixar perguntas ou pode vir às aulas presenciais, atualmente no Centro Médico Favaloro, em Jacaraípe (Serra, ES).
Um beijo e até a próxima 💙
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