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Yoga

O Poder Feminino no Yoga

Essa foto foi tirada em Junho de 2015 na minha primeira vez na Índia. Foi em Guwahati, Assam, no nordeste indiano.

Nós estávamos nos últimos dias de uma peregrinação em um local sagrado, Kamakhya Temple na montanha Nilachal durante o festival Ambubachi. 

Kamakhya é a Deusa Mãe e o templo é dedicado à Ela, sendo a região, um “shakti peetham”, ou seja, um local onde se “concentra” a energia shakti, a energia de criação, a energia feminina, kundalini shakti.

Existem 51 shakti peetham e a lenda conta que a Grande Mãe, sentindo todo o sofrimento humano, cortou todo o seu corpo em 51 pedaços e os deixou cair na Terra como um sacrifício: dar algo pela sobrevivência de outro algo, uma ajuda divina, uma intervenção para nos guiar aqui neste tempo e espaço. O templo Kamakhya é um desses lugares.

Durante o Ambubachi Mela (festival), o templo é fechado durante 3 dias em comemoração ao período menstrual da Deusa Kamakhya: o poder de criação, a fertilidade e a manifestação do poder feminino de dar vida são celebrados. Vivenciar a experiência de estar lá e/ou participar do festival é receber a graça divina da Deusa Mãe. Não há Shiva sem Shakti. Não há consciência inerente sem a energia criativa. São dois lados de uma mesma moeda.

Me lembrei de toda essa história porque estou lendo o livro “Women of Wisdom” ou em Português, Mulheres de Sabedoria. Um livro da Lama Tsultrim Allione, em que ela traz a biografia  de 6 grandes Yoginis, mulheres praticantes na tradição do yoga.

Me lembrei dessa história e experiência na Índia de quase 6 anos atrás, quando eu fazia pouca ideia do que de fato era estar ali. O que aquilo significava e o possível poder de benção a se receber. 

Muitas vezes seguimos na fé, no magnetismo que nos puxa. Foi um tanto disso que aconteceu. Eu só sabia que tinha que ir, e tudo aconteceu para ajudar para que eu fosse. 

Hoje, ao ler o livro da Lama Tsultrim, e seus relatos de peregrinação a diversos Shakti Peetham no globo, eu me senti TÃO grata por ter tido a oportunidade de ter ido para Kamakhya Temple e o Ambubachi Mela. Mal eu sabia, mal eu tinha noção do empoderamento feminino TÃO necessário, não só para continuar caminhando o caminho espiritual do Dharma, mas em qualquer atividade desse nosso mundo tão cheio de sofrimento.

O que me levou a querer me aprofundar nas histórias das grandes yoginis foi o desejo de retirar força e inspiração de outras mulheres reais, que tiveram as mais diversas e difíceis histórias, inclusive a Lama Tsultrim, como a morte de um filho, maus tratos de seus maridos, extrema pobreza, e, ainda assim, elas atingiram não só a iluminação, mas o último estágio da tradição mahasiddha, que é alcançar o corpo de luz arco íris. 

Esses meus pequenos passos, diários, me causam grandes transformações e é impossível isso não refletir na minha externalização ao mundo, hoje um tanto através das redes sociais. Então, aqui estou eu contando essa história.

Lá em 2015 eu estava maravilhada de ter conseguido ir pra Índia pela primeira vez, e é realmente confortante saber hoje que eu recebi esse empoderamento naquela época. Hoje, enquanto aprofundo mais a minha relação com a grandes Deusas, Danikis e Yoginis. 

Portanto, você, seja uma mulher ou um homem, você, que deseja o autoconhecimento, que deseja a sua cura mental e emocional, que deseja aprofundar o seu caminho espiritual, continue. Tenha fé. Deseje fortemente a bênção divina de seguir um caminho que te levará aonde você quer ir, ainda que não seja fácil.

Busque as suas referências, tenha o desejo ardente por um relacionamento de mestre e discípulo que seja verdadeiro.

O caminho do Dharma é o caminho do fim do sofrimento humano. Por que ele é tão importante? Porque o Dharma é o caminho espiritual do fim do sofrimento humano.

Gratidão eterna às Grandes Yoginis, aos Grandes Yogis, aos Grandes Mestres, que continuam, do mais puro Amor e Compaixão a nos guiar para a nossa libertação, a libertação de todos os seres.

Sobre a autora

Em meio à suas próprias auto descobertas e curas, Nataly se dedica a ajudar as pessoas a se encontrarem também. Master adepta do viver devagar (slow living), do fluir natural (easy flow), do minimalismo e do amor intenso pela natureza.

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