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Yoga

Ir para além das limitações

Trecho do livro Entering Infinity do Swami Rudrananda:

“IR PARA ALÉM DAS LIMITAÇÕES

Podemos continuar falando sobre pessoas que difamam negros ou judeus ou italianos. Eles vão destruir uma raça ou cultura com base em alguma experiência estúpida que tiveram ou alguma propaganda que ouviram. É a natureza das pessoas fazer isso. Ficamos presos em nossas mentes e nos tornamos completamente limitados pela experiência passada, pela forma como fomos criados, sem a capacidade de separar nossas emoções ou ideias e encontrar nas coisas o que é bom. Se vemos em uma caixa de tomate um que está podre, jogamos tudo

fora. Descartamos muito da profundidade de nossas vidas ao nos fixarmos em algo superficial que vemos. Limitamos a todos e certamente nos limitaremos a nós mesmos.

Na espiritualidade, isso é mais prevalente do que em qualquer outro lugar porque o processo de crescimento é baseado na morte – a destruição de uma coisa para dar vida para outra coisa. Algo que ocorre com as pessoas é interminável reclamação e lamentação, sentindo apenas aquilo que está morrendo e não aquilo que está ganhando vida. Tome consciência de que para crescer temos que ser capazes de separar isso do todo. Estas expressões são inúteis e não têm nada a ver com alcançar o que é importante. Ir em frente e pagar um preço faz parte da nossa consciência. É a nossa realidade e a única maneira de esperamos atingir nosso objetivo.

Enquanto trabalhamos, sentimos dor, sentimos tensões, sentimos confusão. Nós temos que dizer: “Tudo bem, qual é a confusão?” Estamos passando por este pântano de coisas, estamos passando por este corredor empoeirado onde armazenamos tanto do nosso lixo de hoje e de anos e até de vidas passadas. Isto deve ser confuso. Como você pode colocar ordem no caos que é a acumulação de milhares de anos – ou talvez milhares de vidas. Nós pensamos que quando trabalhamos espiritualmente estamos em contato com a realidade. Mas nós não estamos mais em contato com a realidade do que uma pessoa em um manicômio está em contato com a realidade. Estamos começando a misturar os níveis. Estamos fazendo uma coisa que certamente nos confundirá. Estamos tentando nos tornar mais racionais em nossos níveis físicos comuns enquanto, ao mesmo tempo, alcançamos outro nível. Estamos fazendo duas coisas ao mesmo tempo. Ao tentar solidificar um nível, estamos perturbando o nível sobre isso. Por isso tanta dificuldade e confusão surgem.

Crescimento é sempre isso. Ao reforçarmos uma coisa, destruímos outra. Este é o simbolismo da divindade hindu Shiva – o destruidor e o doador da vida. Essas coisas acontecem simultaneamente. Só um tolo pode estudar espiritualidade e sentir essa leveza, essa alegria, essa doçura o tempo todo. Estes sentimentos devem estar lá apesar do nível que está morrendo, apesar disso que está sendo destruído. Nossa consciência deve se tornar ampla o suficiente para abranger esta existência menor que está indo embora e devemos nos voltar

para esta existência superior para a qual estamos trabalhando. A menos que nos identifiquemos com este renascimento, ele nunca acontecerá. Ao invés disso, toda a nossa energia será absorvida nesta força descendente ao invés da força transcendente.

E é aqui que transcender é essencial. Dizemos: “Eu sinto isso em mim.”

E, acredite, eu sinto a dor. Diariamente esta energia está chegando e me rasgando, mas está rasgando um nível que me permite subir a um nível superior. Não gosto e não posso dizer que me acostumei. A dor continua por muito, muito tempo. Eu quero explicar isso para que, quando você encontrar essa coisa, você vai entender isso. Isso não significa que você não está trabalhando bem. Isso significa que você está trabalhando da melhor maneira que qualquer ser humano pode trabalhar. Quando você sente o Buddha no céu e você flutuando sobre tudo, significa apenas que você está na estação de ônibus esperando o próximo ônibus. Nada é realizado esperando o próximo ônibus. Se você quiser ficar na rodoviária pelo resto de sua vida, está tudo bem comigo. Mas não representa crescer e se mover pelo caminho. Representa estar aposentado, e você também pode ir para Flórida e sentar-se em uma praia. Pelo menos você estará no sol com outras pessoas velhas.

Crescer é ter coragem de dizer: “Tudo bem, eu alcancei algo maravilhoso porque fiz esse trabalho conscientemente. Eu posso enfrentar as questões da minha vida. Eu posso conscientemente permitir que esta ou aquela coisa se desfaça porque acredito e entendo que só me entregando e permitindo essa coisa se desgastar, posso me tornar livre.” A alternativa é sentar lá, assobiar e dizer às pessoas como você é ótimo e como isso é fantástico, a coisa que você alcançou. E nada é pior neste mundo do que desapontar, ao fim de todo o seu trabalho, o seu próprio crescimento.”

Sobre a autora

Em meio à suas próprias auto descobertas e curas, Nataly se dedica a ajudar as pessoas a se encontrarem também. Master adepta do viver devagar (slow living), do fluir natural (easy flow), do minimalismo e do amor intenso pela natureza.

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